Bolsonaro ficará mais 4 dias afastado da Presidência

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ficará fora do cargo mais tempo do que previa com a realização da quarta cirurgia decorrente da facada que levou um ano atrás durante ato de campanha.

Por orientação médica, ele seguirá afastado da Presidência da República por mais quatro dias. A previsão inicial era que Bolsonaro reassumisse nesta sexta-feira (13), mas a equipe sugeriu maior período de descanso.

O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), ficará no posto até terça-feira (17).

O porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, disse que, apesar do adiamento da volta de Bolsonaro ao cargo, seu quadro clínico “evolui positivamente” e que ele caminhou duas vezes pelo quarto nesta quinta-feira.

O governo diz que ele estará restabelecido a tempo de discursar na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro, em Nova York.

Na tentativa de mostrar que está bem de saúde, Bolsonaro fez nesta quinta uma live para as redes sociais do quarto do hospital onde está internado.

Com roupa hospitalar e sonda nasogástrica, ele demonstrou sinais de cansaço na voz e anunciou que, por recomendação médica, falaria apenas por dois minutos, apesar da transmissão online ter durado cerca de três minutos.

Em breve discurso, Bolsonaro enumerou iniciativas já anunciadas pelo governo, como a medida provisória que criou a carteira estudantil digital, a concessão de pensão vitalícia para crianças com microcefalia e o recebimento pelas Forças Armadas da aeronave KC-390.

O prolongamento da permanência de Bolsonaro já havia ocorrido no começo do ano, por ocasião de outra cirurgia decorrente da facada –para retirada da bolsa de colostomia. A operação foi seguida de imprevistos na saúde do presidente.

Desta vez, a cirurgia foi para a correção de uma hérnia. O presidente foi internado no sábado (7) e passou pelo procedimento no domingo (8), no Hospital Vila Nova Star, na região sul de São Paulo.

No dia seguinte à cirurgia, Bolsonaro passou a se alimentar com uma dieta líquida, mas, na terça (10), foi colocada a sonda e a alimentação voltou a ser feita pelas veias.
O médico responsável pela cirurgia, Antônio Macedo, disse que isso não representava uma regressão no quadro.

“Não houve um retrocesso, houve uma intercorrência. Ou seja, ele saiu da cirurgia com bons movimentos, sem muita dor. Então, nós não colocamos sonda gástrica. Porém anteontem [terça, 10], o intestino distendeu no fim da tarde e nós fomos obrigados a colocar a sonda, que drenou bastante ar e líquido ontem [quarta, 11].”

Bolsonaro continua se alimentando por sonda e as visitas permanecem restritas.

clickpb