Escolas privadas entram em greve no Agreste da Paraíba

Os 4.500 professores e profissionais da educação particular do agreste da Paraíba decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado, deixando mais de 30 mil alunos das cerca de 180 escolas sem aulas a partir desta sexta-feira (18). Eles pedem um reajuste salarial de 10%, enquanto os patrões oferecem 3,3% de aumento.

Esta será a primeira paralisação geral em 12 anos, segundo informou José Roberto Martins, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Privado do Agreste e da Borborema (Sintenp). Ele ainda salientou que os docentes tiveram perdas neste período, mas decidiram continuar trabalhando por entender que estavam sendo ouvidos em suas reivindicações.

“Há dois meses estamos negociando, mas o sindicato patronal vem desrespeitando a classe, zombando das nossas necessidades e não levando em conta o que nós abrimos mão. Começamos pedindo 18% de aumento e agora queremos apenas 10% e poderíamos aceitar 8%, mas eles fazem piada com isso”, declarou.

José Roberto falou que os professores decidiram também diminuir o número de assembleias, passando a realizar uma por semana. O sindicato ainda afirmou que não entende a matemática utilizada pelas escolas.

“Eles aumentaram a mensalidade entre 14 e 18% e não estão passando nem um quarto disso para os profissionais. Estão querendo aumentar 23 centavos em relação a hora aula. É vergonhoso”, acrescentou o presidente.

De acordo com as contas do sindicato dos professores, cada docente receberia em média R$ 8,40 no salário mensal e ficaria com uma remuneração de mil reais a menos que o piso do Estado, caso aceitasse a proposta patronal.

“São circunstancias que nos levam à greve. Professor estuda, temos mestres e doutores, a gente só queria um pouco de respeito”, disse José Roberto. O presidente do Sindicato Patronal das Escolas Privadas de Campina Grande (Sinepec), Antônio Andrade, falou que não foi negado nenhum direito.

“Todos os direitos foram garantidos, inclusive a gratuidade para os filhos dos empregados. Não podemos fazer nada, vamos manter as aulas normais, com portões abertos para os alunos, e vamos aguardar que essa greve não ocorra”, declarou.

Antônio Andrade garantiu que o reajuste proposto está repondo a inflação do período e ainda com ganho real de 1%. “Não tem nenhuma motivação para ter greve, não acreditamos que vai ter greve. Os pais têm todo direito de reivindicar as mensalidades caso não haja aula, mas os professores não têm motivo para parar”.

 

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