Grupo quase fechado e busca pelo acesso: as primeiras impressões de Piza no Belo

A penas 45 anos de idade e pela frente o primeiro trabalho como técnico de um time nordestino. Evaristo Piza chega ao Botafogo-PB repleto de desconfiança, já que assume uma equipe que oscila e não convence jogando dentro de casa. Em seus primeiros dias como alvinegro, o treinador já admite trabalhar com quase todo o atual elenco, tendo em vista que a janela de transferências se encerra nesta sexta-feira. Além disso, Piza garante que uma conversa com Ramiro Souza, auxiliar permanente na comissão técnica do Belo, é que vai definir o time para o duelo de sábado contra o Salgueiro pela Série C.

Com um curto período para contratar jogadores de sua total confiança, Evaristo Piza acredita que é capaz de conquistar o atual elenco e trazer mais motivação para que o plantel evolua no Campeonato Brasileiro da Série C. No entanto, admitiu que pode trazer reforços.

– Com pouco tempo de janela, precisamos ser pontuais e acertarmos nos nomes. Mas eu acredito que o ponto principal é dar confiança aos caras que já estão aqui. É um trabalhando pelo outro para atingirmos os nossos objetivos. O que vi na atividade é que esses jogadores possuem totais condições de ajudar o clube – revelou Piza.

No primeiro semestre deste ano, Evaristo Piza trabalhou no XV de Piracicaba, pela Série A2 do Paulista. E foi pelo clube de São Paulo que o novo comandante do Belo trabalhou com Jobinho, que agora defende o Botafogo-PB. Além do atacante, o técnico contou que, do atual elenco alvinegro, também já conhecia de perto Alex Gonçalves.

Contudo, mesmo de longe, Piza revelou que acompanhou alguns jogos do Botafogo-PB nesta temporada e ainda declarou que uma conversa com o vice-presidente de futebol, Breno Morais, foi fundamental para compreender as pretensões da equipe e aceitar o desafio.

– Assisti a cinco partidas do Botafogo-PB neste ano. Contra o Atlético Mineiro, pela Copa do Brasil, Bahia, pela Copa do Nordeste, e Santa Cruz, Juazeirense e Globo FC na Série C. Sei o que é a grandeza e o projeto do clube. Eu já havia conversado com Breno (Morais) em São Paulo e já estava situado de que o objetivo é realmente o acesso – disse o treinador.

E, apenas com uma semana de trabalho, Evaristo Piza afirmou que precisa conhecer de fato todo o plantel. Porém, para o jogo de sábado, contra o Salgueiro, na abertura do returno da Série C, vai se inteirar do time com Ramiro Souza, que é o auxiliar permanente e foi o técnico interino na rodada passada, contra a Juazeirense.

Segundo o treinador, Ramiro é a pessoa mais capaz de trazer os detalhes de cada atleta para se basear na montagem do time para o duelo de sábado.

– Conversei bastante com Ramiro e com a diretoria. É imprudente você chegar e querer mudar tudo. Eu tenho a preocupação de apertar muito nos treinamentos para extrair e conhecer o melhor de cada um e chegarmos desgastados para o jogo de sábado. Eu tenho que ter uma direção e Ramiro é quem vai me ajudar nesse processo para entender qual é a equipe ideal para vencermos o Salgueiro – completou.

Botafogo-PB e Salgueiro se enfrentam às 18h do sábado, no Estádio Almeidão, na capital paraibana. O Belo ocupa a quinta colocação do Grupo A, com 12 pontos somados, dois a menos que o Santa Cruz, o primeiro time no G-4.

Confira outros trechos da entrevista de Evaristo Piza, o novo técnico do Botafogo-PB:

O perfil

Sou um ex-atleta de futebol. Formado em educação física. Meu primeiro trabalho foi no Japão, em 2006, na liga universitária. A partir daí eu voltei para o Brasil. Trabalhei no Paulínia, um clube de São Paulo que é formador de jogador. Já formou grandes atletas, como Gabriel, volante do Corinthians, e Fabinho, que acabou de acertar com o Liverpool. Mas em 2011, a equipe encerrou as suas atividades.

Trabalhos no interior de São Paulo

Trabalhei por muitos anos no interior de São Paulo. Portuguesa Santista e no Capivariano, onde conquistei a Série A2 do Campeonato Paulista. Também atuei como treinador no sub-23 do Corinthians. – Pelo Guarani, tive a oportunidade de trabalhar na Série C do Campeonato Brasileiro. Foi uma época complicada, o time vivia uma situação difícil. Com presidente renunciando, uma cobrança muito grande, mas conseguimos desenvolver um bom trabalho. Depois veio Mirassol, Penapolense, Taubaté e, por último, o XV de Piracicaba. Foi uma carreira bem focada no futebol de São Paulo, mas é claro que acompanho os jogos pelo Brasil.

Operação Cartola

A diretoria tem a capacidade de blindar essa situação. Claro que acompanhei a situação de longe. Eu acho que os jogadores precisam estar aptos a desenvolver o futebol com tranquilidade. Mas não posso explorar um pouco mais desse assunto porque acabei de chegar. É necessário um tempo para entender todo o panorama. Porém, dentro de campo, eu não acho que as investigações sejam o motivo para o time não estar conseguindo os resultados.

Conhecimento do grupo

O atacante Jobinho estava comigo agora no XV de Piracicaba. Trabalhei também com Alex Gonçalves no Capivariano. Já enfrentei bastante Saulo, Gladstone foi companheiro de zaga de Thiago Carpini, que é o meu auxiliar, e Allan Dias, que é um grande jogador.

O atual cenário na Série C para o Belo

É uma competição muito difícil. Duas vitórias te levam para cima e duas derrotas te levam para baixo. Eu pretendo dar tranquilidade ao grupo. É uma boa equipe, que tem feito um bom trabalho. Precisamos de uma semana leve e estou aqui para dar todo esse amparo, o suporte necessário para evoluirmos.

 

Globo Esporte