‘Trauminha’ de Mangabeira tem um dos blocos cirúrgicos interditos pela CRM-PB

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) fiscalizou o Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio Buritiy – Ortotrauma, conhecido como Trauminha, na manhã desta terça-feira (12) e interditou eticamente um dos dois blocos cirúrgicos existentes no hospital. Os médicos ficam impedidos de realizar procedimentos no setor a partir desta quarta-feira (13). A equipe de fiscalização constatou que havia problemas nas salas de cirurgia, como buracos no teto, infiltrações, ferrugem e mofo, causando riscos aos pacientes.

Este bloco interditado possui quatro salas para cirurgias gerais. Há ainda outro bloco, com três salas, para procedimentos de ortotrauma, que continuará funcionando normalmente, apesar de algumas irregularidades.

De acordo com o CRM-PB, o hospital também apresenta outros problemas estruturais, com infiltrações e buracos nas paredes, além de infestação de baratas na enfermaria, superlotação e demora na realização de cirurgias. Pacientes e acompanhantes ainda relataram à equipe de fiscalização que, durante o período de internação, precisam levar lençóis, travesseiros, colchões e ventiladores.

“Sabemos da importância do hospital para a população de João Pessoa, por isso não podemos interditar toda a unidade, mas encontramos muitas irregularidades que precisam ser resolvidas de imediato. Dessa forma, cirurgias ali realizadas põem em risco de morte os enfermos. Nas outras salas de cirurgia também existem problemas, mas serão preservadas da interdição ética, pelo menos por enquanto”, afirmou o diretor de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa.

Ele ainda acrescentou que há superlotação nas enfermarias, com pacientes pelos corredores, além da presença constante de baratas, relatada e mostrada por fotografias e vídeos feitos pelos pacientes e acompanhantes.

O hospital realiza 200 atendimentos ambulatoriais e 100 atendimentos de urgência e emergência diariamente. São mais de 200 médicos de diversas especialidades trabalhando no complexo hospitalar, que chega a realizar cerca de 600 cirurgias por mês, possuindo dois blocos cirúrgicos, um para cirurgias gerais e outro para as de ortotrauma. Será interditado apenas o bloco de cirurgias gerais.

Além do CRM-PB, participaram da fiscalização o Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) e o Conselho Regional de Fisioterapia da Paraíba. O Ministério Público e a Vigilância Sanitária também foram convidados a participar da inspeção, mas não puderam comparecer. Após a inspeção, o CRM-PB produziu um relatório que será entregue à direção do hospital, à Secretaria Municipal de Saúde e ao Ministério Público.

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