Instituições de futebol americano no Brasil unificam discurso sobre voltar à ativa: “Podemos esperar”

Quase três meses após a paralisação dos esportes Brasil afora por conta da pandemia do novo coronavírus, o momento já é de debate sobre o retorno às atividades. Apesar de a curva de contágio da Covid-19 ainda estar numa crescente no país, o futebol, por exemplo, já tem clubes de volta aos treinos e diálogos cada vez mais intensos sobre a retomadas das competições. Mas há quem vá na contramão dos que têm urgência pelo retorno e prefiram manter a cautela enquanto a situação ainda preocupa os órgãos de saúde. As principais entidades que regem o futebol americano no Brasil reiteraram nesta segunda-feira que seus eventos esportivos vão seguir suspensos por tempo indeterminado. “Podemos esperar” são as palavras de ordem da Confederação Brasileira (CBFA), da Liga BFA, da Associação de Treinadores (ATFA) e da Associação Nacional de Arbitragem (ANAFAB).

As atividades do futebol americano no Brasil começaram a ser suspensas ainda em março, como aconteceu com a maior parte dos outros esportes. Primeiro a CBFA delimitou que nenhum evento fosse realizado no primeiro semestre e recomendou que as equipes interrompessem os treinamentos. Aquele era um momento em que ainda se sabia pouco sobre a gravidade da situação. Mas, apenas duas semanas mais tarde, ainda em março, a Liga BFA decidiu adiar o início do Campeonato Brasileiro, principal competição do país, que tinha início previsto para julho, e modificar a primeira fase da disputa, para que cada equipe tivesse menos jogos. Até que, por fim, já no início de maio, o torneio foi adiado por tempo indeterminado, à espera de um aval dos órgãos de saúde para que tudo pudesse ser restabelecido.

E agora, nesta segunda-feira, quando os debates em busca do retorno das competições esportivas no Brasil ganham cada vez mais força, as entidades do futebol americano levantam voz contra essa corrente. Na verdade, essas entidades se uniram para reforçar a ideia de que, pelo menos no futebol americano, a saúde vai ser posta totalmente em primeiro lugar e que não há qualquer previsão de quando as atividades – treinos e/ou competições – vão ser retomadas.

A CBFA (entidade máxima do futebol americano no Brasil), a Liga BFA (organizadora do Campeonato Brasileiro, com as principais equipes do país), a Associação de Treinadores e a Associação de Arbitragem unificaram o discurso. Nesta segunda-feira, todas emitiram notas oficiais reiterando o posicionamento de não voltar às atividades enquanto os órgãos de saúde não confirmarem que já é seguro tomar essa medida.

Em seu documento, a CBFA, por exemplo, oriente “que os treinos, sejam eles físicos, técnicos ou táticos, se mantenham individuais, por plataforma online ou orientação remota” e recomendou “que todos os jogos amistosos, campeonatos, ou qualquer encontro entre equipes, sejam CANCELADOS na temporada 2020 no Brasil”.

A Liga BFA, por sua vez, destacou, através da nota, “os números referentes à Covid-19 no Brasil continuam crescendo e ainda não atingimos o pico de contaminação” e disse entender que “o assunto principal na hora de falar sobre retomada de atividades deva ser a saúde das pessoas envolvidas”. Baseado nesses argumentos, o presidente Marcelo Bruno, que assina o documento, confirmou que o Campeonato Brasileiro segue suspenso.

Orientações e recomendações da CBFA — Foto: Reprodução / CBFA

Orientações e recomendações da CBFA — Foto: Reprodução / CBFA

Assim, quaisquer competições, eventos e treinamentos que tenham qualquer relação com as entidades segue terminantemente suspensos, permitidos apenas reuniões remotas e treinamentos isolados, com os atletas em suas residências, respeitando o distanciamento social, apontado pelos órgãos de saúde como o mais eficiente meio de combate ao avanço do coronavírus.

Importante ressaltar que os dados referentes à Covid-19 no Brasil ainda são alarmantes e inspiram bastante cuidado. De acordo com informações das secretarias de Saúde, até o fim desse domingo já haviam sido registrados 691.256 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país, com 36.463 mortes.

GE