Óculos inteligente da Bosch projetam imagens na retina do usuário

O protótipo da linha de óculos inteligentes da Bosch foi uma das atrações da CES 2020, o maior evento de tecnologia do mundo, realizado em janeiro deste ano.

Leve e discreto, o dispositivo promete ser um importante aliado dos usuários em suas tarefas cotidianas, seja indicando o caminho mais apropriado para chegar ao trabalho ou disponibilizando uma lista de compras na hora de ir ao mercado.

Embora a utilização do produto seja simples, seu funcionamento é um tanto complexo. Isso porque o óculos só funciona se o usuário posicioná-lo corretamente em seu rosto.

Em vez de apenas projetar as imagens nas lentes, o dispositivo da Bosch “Light Drive” usa um pequeno espelho micro eletromecânico para direcionar um trio de lasers nas cores vermelha, azul e verde, em um elemento holográfico transparente posicionado na lente direita do óculo.

A lente, por sua vez, reflete a luz para o olho direito e cria a imagem diretamente na retina do usuário. Para que o sistema funcione, os lasers precisam passar pela pupila e, por isso, os óculos devem estar posicionados corretamente na face do usuário.

Além disso, os primeiros minutos utilizando óculos podem causar estranhamento. Afinal é preciso se acostumar com imagens surgindo no campo de visão.

Segundo Evan Ackerman, do site Spectrum, é confuso como o cérebro se adapta à tecnologia e como é possível alterar definições, como ajuste de foco e proximidade da imagem. Foi preciso a demonstração presencial, uma sequência de e-mails de acompanhamento e um telefonema para a Alemanha, para que Brian Rossini, o diretor de produtos responsável pelos óculos, explicasse a dinâmica para o jornalista.

Por conta dos óculos inteligentes usarem lasers para criar uma imagem de realidade aumentada diretamente na retina do usuário, a imagem refletida no dispositivo está sempre em foco. Além disso, uma vez que apenas um olho recebe a imagem, não há como os dois olhos convergirem e assim estimarem o quão distante está o objeto à sua frente. No entanto, como todo esse processo não é familiar ao cérebro, o usuário pode sentir algumas sensações estranhas.

Por exemplo, o texto projetado pelo óculos inteligente pode alinhar-se automaticamente com outros textos a sua frente, como propagandas em um letreiro ou mesmo o conteúdo de uma capa de revista, inclusive se adequando ao tamanha da fonte. Isso acontece porque a tecnologia não foi projetada com definições específicas de distância ou tamanho.

Outro ponto destacado por Ackerman, é o tamanho do dispositivo. Segundo ele, o óculos da Bosch é até 30% menor que o produto da concorrente North Focals. “Pode não parecer muito, mas para algo que o usuário vai carregar no rosto ao longo dia, faz muita diferença”, escreveu. Além disso, toda tecnologia pesa menos de 10 gramas.

Por fim, o autor ainda destaca a visibilidade das lentes, que permite enxergar as informações mesmo com a incidência da luz do sol, bem como a capacidade da bateria (350 mAh), que funciona durante um dia inteiro.

Ainda não há previsão de quando o dispositivo estará disponível aos consumidores.

Olhar Digital