Paula Fernandes mudou para fazenda atrás de qualidade de vida

Quando estourou nacionalmente, em 2011, Paula Fernandes chegou a realizar 220 shows em apenas um ano. A rotina que garantiu a fama, no entanto, é vista de duas formas pela cantora. Ao mesmo tempo que ajudou na realização de diversos sonhos pessoais, atribuiu a ela uma rotina que Paula não quer mais repetir.

— Essa visão de sucesso é relativa. Pra mim, hoje, o sucesso é manter o que atingi e ter qualidade de vida para aproveitar o que eu consegui até agora. Em 2011, eu não tinha vida pessoal, não podia cuidar de mim. Hoje posso cuidar de mim e curtir o que conquistei. Tenho até tempo para compor.

Com novo clipe e uma turnê que atualiza os arranjos dos sucessos, a cantora comenta que sabe lidar com altos e baixos do sertanejo e não se ressente por não ser mais a única mulher em destaque no segmento. Pelo contrário, pé no chão, Paula afirma que toda carreira atinge um teto e o maior desafio não é crescer para sempre e sim manter o que conquistou e evitar embarcar nos modismos do momento para se manter em evidência.

— Se repaginar é difícil quando a gente chega numa posição muito elevada. É difícil permanecer na posição que estive. Respeito aquele momento, mas entro numa fase que eu sei que é de ápice e estabilidade. Isso me tranquiliza, porque eu sei que já cheguei alto demais, mas seria uma ilusão pensar que ficaria pra sempre naquele patamar.

Em entrevista ao R7, a cantora faz um balanço da carreira, comenta o lançamento do clipe Beijo Bom e explica porque largou a cidade para viver na fazenda.

R7 — A nova música atualiza seu som, mas não chega a se assemelhar com o sertanejo atual. Como é atingir esse tipo de sonoridade?

Paula Fernandes — É importante se respeitar como artista. Respeito meus gostos e o que desejo pro meu momento. As pessoas enxergam que to inovando e me recriando. Mas sem perder a simplicidade, identidade e a originalidade. Minha música é simples, mas a roupagem e os arranjos dão uma aparêcia de que é algo mais sofisticado. Mas é acessível para qualquer um tocar em bar e boteco. O folk não pede tantos elementos.

R7 — Quando você grava um clipe, como de Beijo Bom, se envolve no processo de criação ou não se mete no que não é a sua área?

Paula — O novo vídeo tem alguns pitacos meus, mas deixo a equipe trabalhar da forma deles. A música é uma declaração de amor muito clara. Simples assim. E essa música tem milhões de possibilidades de roteiros. Mas eu sugiro para que os fãs façam seus próprios clipes em cima da música e me envie.

 

 

R7 — Neste ano também, você lançou o projeto Jeans, que atualiza os arranjos e a forma como você canta. Por que essa mudança radical nos shows?

Paula — Meu comportamento já mudou. Estou mais solta. Menos tímida. E quero mostrar essa nova forma de me expressar nesse show dirigido pela Joana Mazuchelli. Por isso o nome jeans, que é um material democrático e versátil. Se repaginar é difícil quando a gente chega numa posição muito elevada. É difícil permanecer na posição que estive. Respeito aquele momento, mas entro numa fase que eu sei que é de ápice e estabilidade. Isso me tranquiliza, porque eu sei que já cheguei alto demais, mas seria uma ilusão pensar que ficaria pra sempre naquele patamar.

R7 — Você lida bem com os altos e baixos da profissão?

Paula — Essa visão de sucesso é relativa. Pra mim, hoje, o sucesso é manter o que atingi e ter qualidade de vida para aproveitar o que eu consegui. Foram 220 shows em 2011, para ter uma ideia. Eu não tinha vida pessoal, não podia cuidar de mim. Hoje posso cuidar de mim e curtir o que conquistei. Tenho até tempo para compor.

R7 — Como é abandonar a vida urbana para viver o sonho de morar na área rural?

Paula — Eu abandonei a vida urbana e agora moro perto de Belo Horizonte, numa fazenda. Tinha uma vista incrível no meu apartamento, mas optei por ficar mais perto dos meus bichos e tenho mais qualidade de vida lá. Eu gosto muito desses extremos. De um dia estar no palco, no outro cuidar da horta e no terceiro estar em Las Vegas recebendo o Grammy Latino. É um equilíbrio.

R7 — Nesse novo projeto, você também inclui shows acústicos. Você acredita que conseguiu aproximar o sertanejo da MPB?

Paula — Eu consegui atrair o público que vai a teatro e não frequentaria uma feira agropecuária. Então eu acho que consegui aproximar o sertanejo da MPB, de certa maneira. Por isso tenho shows em teatros nas turnês, para atender essas duas demandas também.

R7 — Como a música te auxiliou na batalha contra a depressão?

Paula — Me curei da depressão ouvindo e criando música. Não que eu expressasse o que sentia quando estava compondo, mas servia como válvula de escape. Ninguém sabe o que significa cada música, mas os sentimentos são passados de forma emocionante para as letras.

 

 

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